Uma assistente administrativa denunciou, nas redes sociais, ter sofrido discriminação por ser mãe e desempregada durante seleção para uma vaga de emprego. Na ocasião, o recrutador disse ser difícil contratar pessoas com filhos e dispensou a profissional. O relato viralizou e, até esta quarta-feira (13), acumulou mais de 3,8 mil comentários.
“Isso aconteceu comigo e ainda estou sem acreditar que exista profissional assim”, escreveu ao compartilhar a experiência na última quarta-feira (6).
Sem trabalho formal há cerca de dois meses, segundo o portal G1, Samara Braga se candidatou para o cargo e uma conversa virtual foi marcada. No entanto, o responsável por conduzir a entrevista atrasou cerca de três horas. Quando entrou em contato para iniciar a conversa, a mulher informou que não tinha disponibilidade naquele momento e sugeriu remarcar.
Em resposta, ele ironizou a possibilidade de uma pessoa sem emprego ter uma agenda de compromissos. “Posso imaginar a rotina de tantos compromissos de um desempregado“. “Neste momento, estou organizando para levar meu filho para escola e também estou fazendo um pudim que me encomendaram”, justificou a assistente.
Então, o recrutador disse ser difícil contratar pessoas com filhos, aconselhou a mulher a escolher suas prioridades e finalizou informando que ela não era o tipo de profissional que a vaga estava buscando.
Sempre difícil contratar quem tem filhos mesmo. Uma dica: foque no que quer.”.
Samara Braga decidiu compartilhar a situação e recebeu apoio de diversos usuários, que condenaram a atitude do profissional. “Fez muito bem em expor o ocorrido, visto que além de ser um absurdo e intolerável, infelizmente não é um caso isolado. Até quando nós mulheres vamos lidar com dificuldades no mercado de trabalho pelo fato de sermos mães?”, questionou uma internauta.
Com a repercussão da postagem, a assistente administrativa fez uma nova publicação em que disse que o filho é a sua maior motivação e refletiu que funcionários como o então recrutador “não deveriam trabalhar gerindo pessoas”.
“O que será que passa na cabeça dessa pessoa? Será que ele imagina que alguém que esteja desempregado não tem compromissos diários?”, escreveu no sábado (9).
A legislação trabalhista proíbe toda prática de discriminação em qualquer fase do contrato de trabalho, inclusive na etapa de recrutamento e contratação, conforme informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
“Critérios como estado de gravidez, situação familiar, entre outros, não podem ser utilizados como fatores que ensejem prejuízos ou desvantagens dos candidatos às vagas de emprego.”